9.11.06

CIDADE DE DEUS . FERNANDO MEIRELLES . BRASIL . 2002
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A complexidade inerente aos processos de marginalização económica, social e espacial, bem evidenciados no filme, remete-nos para a dimensão da cidade da exclusão, para a inexistência de contextos de oportunidade, para um cenário de enorme
fragilidade social. Trata-se de um território denso, sobretudo em problemas, onde o planeamento, como instrumento de intervenção multidisciplinar tem certamente um papel a desempenhar! Uma outra dimensão explorada no filme interessante na perspectiva do planeamento, prende-se com o conceito de cidade vigiada, e com a dicotomia do público/privado. Inúmeros autores afirmam que na “favela” existe espaço colectivo, não espaço público. Trata-se de um espaço de acesso condicionado e sobretudo altamente controlado, logo não público. Cidade de Deus explora esta dimensão, e desvenda-nos um espaço altamente estruturado e hierarquizado, quase auto-suficiente, com códigos, condutas, e procedimentos próprios.
O território é o palco, o reflexo dos comportamentos sociais, e numa sociedade cada vez mais desigual, Cidade de Deus explora o complexo processo das diferenciações sociais, e o território enquanto expressão máxima das mesmas.

Folha de Sala, CineCittá

1 comentário:

arqportugal.blogspot.com disse...

O filme é excelente.