Hoje, através do público, lá se conseguiu saber mais alguma coisa sobre o estado da nação relativa aos arquitectos. Os resultados de um inquérito promovido pela Ordem dos Arquitectos há uns meses foram já apurados e ficamos a saber que:
Somos 15.000
Temos um "recrutamento elitista" - palavras da jornalista do público - que significa que as redes familiares são essenciais na carreira. 25% dos arquitectos têm um familiar próximo dentro da profissão contra os 12% dos médicos ou os 5% dos advogados.
68% dos pais dos arquitectos são de classe média ou alta.
50% dos pais e 60% das mães são licenciados ou com grau de ensino médio.
A grande maioria dos arquitectos faz sobretudo habitação unifamiliar e a seguir os prédios de habitação.
Mais de 50% tem outra actividade acumulada com a de arquitecto.
E, por fim, o mais interessante e ainda o início de uma leitura que, se estiver de acordo com as minha previsões de desastre, é o início de uma reviravolta no "ser-se arquitecto" do Portugal contemporâneo: Menos de 10% tem rendimentos brutos mensais abaixo dos 3 mil euros. Falta saber qual o rendimento "médio" por profissional, que andará, certamente, na casa dos 750 / 1000 euros mensais - líquidos.
O público refere ainda uma "tensão entre um grupo altamente motivado e outro que encontra grandes dificuldades de realização profissional com níveis de frustração grande". Também não deixa de ser verdade - a minha aposta é que a diferença entre os "motivados" e os "frustrados" estará no sustento dos mesmos. A arquitectura é mais apaixonante quando não necessária à sobrevivência do autor - menos imune aos mercados e aos tubarões da construção.
Obviamente que falta confirmar a suspeita de há muito. Que a grande maioria dos arquitectos têm idade inferior a 35 anos, que trabalham para outros arquitectos, que trabalham a recibo verde, que não há direitos, só deveres, que não têm férias, que sofrem depressões e que a formação, regra geral, é de dúbia qualidade e desadequada à realidade profissional.
Haverá pano para mangas à medida que se souberem mais resultados, cuja apresentação completa será no 11º Congresso dos Arquitectos Portugueses, em Almada, nos dias 23, 24 e 25 de Novembro. Deste lado, estamos atentos e expectantes (entre a frustração motivada e a motivação frustrada).
Somos 15.000
Temos um "recrutamento elitista" - palavras da jornalista do público - que significa que as redes familiares são essenciais na carreira. 25% dos arquitectos têm um familiar próximo dentro da profissão contra os 12% dos médicos ou os 5% dos advogados.
68% dos pais dos arquitectos são de classe média ou alta.
50% dos pais e 60% das mães são licenciados ou com grau de ensino médio.
A grande maioria dos arquitectos faz sobretudo habitação unifamiliar e a seguir os prédios de habitação.
Mais de 50% tem outra actividade acumulada com a de arquitecto.
E, por fim, o mais interessante e ainda o início de uma leitura que, se estiver de acordo com as minha previsões de desastre, é o início de uma reviravolta no "ser-se arquitecto" do Portugal contemporâneo: Menos de 10% tem rendimentos brutos mensais abaixo dos 3 mil euros. Falta saber qual o rendimento "médio" por profissional, que andará, certamente, na casa dos 750 / 1000 euros mensais - líquidos.
O público refere ainda uma "tensão entre um grupo altamente motivado e outro que encontra grandes dificuldades de realização profissional com níveis de frustração grande". Também não deixa de ser verdade - a minha aposta é que a diferença entre os "motivados" e os "frustrados" estará no sustento dos mesmos. A arquitectura é mais apaixonante quando não necessária à sobrevivência do autor - menos imune aos mercados e aos tubarões da construção.
Obviamente que falta confirmar a suspeita de há muito. Que a grande maioria dos arquitectos têm idade inferior a 35 anos, que trabalham para outros arquitectos, que trabalham a recibo verde, que não há direitos, só deveres, que não têm férias, que sofrem depressões e que a formação, regra geral, é de dúbia qualidade e desadequada à realidade profissional.
Haverá pano para mangas à medida que se souberem mais resultados, cuja apresentação completa será no 11º Congresso dos Arquitectos Portugueses, em Almada, nos dias 23, 24 e 25 de Novembro. Deste lado, estamos atentos e expectantes (entre a frustração motivada e a motivação frustrada).
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